contexto
 

O Brasil não ficou ausente frente a estes desenvolvimentos. Pelo contrário e quase que simultaneamente com renomados grupos do exterior, desde 1998 em diante se inicia no LNCC/MCTI (www.lncc.br) um vigoroso programa de P&D no campo da medicina assistida por computação científica liderado por pesquisadores do laboratório HeMoLab (http://hemolab.lncc.br/). Esta liderança a nível nacional, regional e internacional, levou estes pesquisadores conjuntamente com pesquisadores dos laboratórios LVCRV, ACiMA (http://acima.lncc.br/), ComCiDis (http://comcidis.lncc.br/) e MARTIN (http://martin.lncc.br/), todos sediados na Coordenação de Computação Científica (CCC) do LNCC, a organizar e coordenar em 2007 o MACC-Rio integrando, em uma rede estadual, as mais importantes instituições de P&D em engenharia, computação e medicina do Estado do Rio de Janeiro. Da mesma maneira, os levou a organizar no nível nacional uma rede cooperativa (e integrada) de P&D e FRH, formada por 25 Laboratórios Associados com sede em 11 estados do país, de abrangência internacional através de 10 Laboratórios Colaboradores sediados em Argentina, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Portugal, Espanha, França, Itália e Suíça. Esta ação coordenada culminou na constituição do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Assistida por Computação Científica (INCT-MACC, http://macc.lncc.br/), aprovado pelo CNPq em Novembro de 2008 e iniciando o seu funcionamento em Setembro de 2009.

Para o novo período 2015-2021 o INCT-MACC estará integrado por 31 Laboratórios Associados, com sede em 11 estados, e por 14 Laboratórios Colaboradores com sede no exterior distribuídos em 7 países. É importante ressaltar aqui que, com a criação do INCT-MACC em Novembro de 2008, o Brasil tem consolidado competência científica tecnológica na fronteira do conhecimento e do nível de países desenvolvidos como os Estados Unidos na área de computação científica aplicada à medicina. De fato e através da integração entre a Harvard Medical School e o MIT, somente em Julho de 2012 é fundado o IMES - Institute for Medical Engineering Science para atuar com uma missão e em áreas similares ao INCT-MACC. Da mesma maneira e através da integração entre a Johns Hopkins University Whiting School of Engineering e a Johns Hopkins School of Medicine é criado o ICM - Institute for Computational Medicine de maneira a atuar nas áreas propostas pelo INCT-MACC. O anterior mostra mais uma vez a importância que nos países desenvolvidos estão dando para o emprego da modelagem computacional na medicina tema este levantado de longa data pelo HeMoLab/LNCC e reconhecida/apoiada pelo MCTI com a criação do INCT-MACC em Novembro de 2008.

Como não poderia ser diferente e visando a solução de diversos problemas nacionais na área da saúde, a missão do INCT-MACC nestes últimos seis anos tem sido a de realizar e promover atividades de P&D e FRH de alto impacto científico, tecnológico e socioeconômico integrando e consolidando, nos laboratórios associados à rede, conhecimento em áreas diversas como a mecânica dos sólidos, dos fluidos, fenômenos de transporte, comportamento dos materiais, processamento de imagens médicas, realidade virtual, banco de dados e sua mineração na geração de novos conhecimentos, computação de alto desempenho (incluindo computação em nuvem) e modelagem de sistemas complexos multifísicos capazes de acoplar através de múltiplas escalas espaciais (da escala de 1nm para o tamanho do poro nos canais de íons para a escala de 1m para o corpo humano) e temporais (desde 10-6s típica dos movimentos Brownianos a 109s da vida humana), a bioquímica, a biofísica, a fisiologia e a anatomia de células, tecidos e órgãos.

Os resultados alcançados podem ser facilmente acessados no site do INCT-MACC (http://macc.lncc.br/) onde o visitante encontra nos Annual Activity Reports a descrição detalhada desta produção e ainda baixar sistemas computacionais desenvolvidos (com forte conteúdo científico tecnológico na fronteira do conhecimento) para atender a demanda por parte dos profissionais/pesquisadores médicos que participam do INCT-MACC e pertencentes aos mais importantes centros de medicina do país tais como InCor - Hospital das Clínicas, FM, USP; Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Euryclides de Jesus Zerbini -antigo Hospital Brigadeiro de São Paulo; ICES, Hospital Univ. Clementino Fraga Filho, UFRJ; Faculdades de Medicina e Hospitais Universitários da UERJ e da UFF no Rio de Janeiro, dentre outros não menos importantes existentes nos estados onde a rede do INCT-MACC esta disseminada. Neste sentido é importante ressaltar aqui que, em 2008 quando a criação do INCT-MACC, a sede deste instituto foi escolhida como sendo o LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica do MCTI) justamente para indicar a necessidade do desenvolvimento desta nova área do conhecimento “medicina assistida por computação científica”. Entretanto, e agora para o período 2015-2021, são os grandes centros médicos participantes do instituto que, ao passar a demandar por estes novos conhecimentos e tecnologias, permitem a escolha do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior centro Latino-Americano e um dos mais importantes centros do mundo no atendimento e pesquisa na cardiologia) como a nova sede do INCT-MACC. Isto é, justamente, um claro indicador do interesse destas renomadas instituições médicas no desenvolvimento e consolidação do INCT-MACC. Basicamente, isto se traduz na incorporação das inovações científico-tecnológicas propostas no presente projeto no atendimento, na diagnose e no tratamento de diversas doenças cardiovasculares, visando que tais inovações possam ser empregadas no dia a dia da prática médica no Brasil.

Finalmente e como se verá na descrição do Programa de P&D e de FRH do INCT-MACC para o período 2015-2021, todas as atividades previstas estão na fronteira da ciência, mantendo o Brasil na vanguarda e liderança nesta área do conhecimento, de grande impacto na saúde e bem estar da humanidade. Uma prova disto é o extraordinário nível científico dos pesquisadores que constituem o Conselho Técnico Científico Internacional (ver Seção 7.2), o que fornece um claro indicador da excelência científica e das características inovadoras da presente proposta.